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A morte de Odile Rubirosa (Rodin) é um adeus à uma refinadíssima loucura. E você não sabia dela ?

Fiquei sabendo hoje, ao ver um post que Odile Rubirosa (que teve o sobrenome artístico Rodin) morreu em New Hampshire (EUA), aos 81 anos. Quem ? Se perguntarão muitos que estão nesse calor com sensação térmica de 50 graus na capital gaúcha e comum à todo Brasil.Nada, nada elegante “according by” Odile. Em seus tempos de glória – que foi grande parte sua vida – mesmo tendo sido a francesa que mais agitou e deu glam ao efervescente mundo carioca dos 60,70, 80, o quente não teria uma conotação de infelicidade e perspectivas infernais de um verão violento e uma idem época sem perspectivas a vir. O “hell” era maravilhoso nas loucuras das boites do Rio e bastava pegar um Concorde e os salões dos restaurantes e as pistas badaladas eram em Paris, ST.Tropez, Nova York.
Não sabem de Odile, esperem, vou contar. Conheci Odile? Claro que não! Nasci no pampa gaúcho (em algum lugar dos anos 60), em Bagé, em uma fazenda do governo, quinto filho do casamento de uma filha de estancieiro com o filho – funcionário público federal – de um construtor “davvero” italiano. Vim morar na capital gaúcha aos seis meses e voltei aos nove, porque meu pai havia sido transferido novamente. Classe média, como se usava o termo no início daqueles anos 70, quando era menino e usava jaqueta branca e calças listradas boca-de-sino feitas por uma costureira das melhores e escolhida por minha mãe para que eu fosse nas comemorações dos meus amigos ricos. Mas afinal, eu sou Odile? Por que estou aqui a narrar reminiscências que finjo parecerem lindas da minha infância e não interessam a ninguém? Que eu deixe o fingimento de (ter tido) vida quase perfeita para as redes sociais. Agora sim, temos o gancho a que esses dois parágrafos se propuseram: quem foi Odile, se o sobrenome certo era o Rodin, o Rubirosa, o Marinho. Porque a partida – se é que se vai chegar a algum lugar -de Odile é um adeus simbólico a uma refinada loucura. Festiva, rica como não existe mais, mas loucura (entenda-se o que pelo termo ou o compreenda na sua diversidade, da euforia ao declínio. E a hora de se recolher).
Odile Rodin cover
Odile não foi de um tempo de redes sociais e sim de capas das melhores publicações impressas mundias e colunistas sociais ávidos por tudo que fazia ou usava. Sei, sei, mas não a definam, por respeito, como uma influenciadora. Loira, de traços finos, nascida em Lyon com o nome de Odile Marie-Josèphe Léonie Bérard, em 1937, foi atriz de alguns filmes e casou com o playboy, diplomata e milionário dominicano Porfírio Rubirosa, aos 19, em 1956. Veio viver no Rio após a morte dele, em 1965,em acidente de carro. E as festas eram pelo mundo. Fazia jus ao termo jet-setter, era amiga das famílias Kennedy e Onassis (namorou o filho de Aristóteles, Alexandre) e fazia reuniões de arromba no edifício Chopin, com convidados como Marisa Berenson, Florinda Bolkan, Helmuth Berger, Alain Delon, Rod Stewart, Mick Jagger…Entenda-se, o Rio era glamour puro. Em 73, ela casou com Paulo Marinho, que era corretor da bolsa. A vida continuava bela, o Rio lindo, e tudo era de primeira. As taças, o champanhe, os pratos…Tem a célebre história da festa repleta daquele mix de milionários e celebridades, Odile não esperou para ir ao banheiro, pegou o balde de champanhe com gelo e sentou ali mesmo. Vulgar? Não. Odile! Depois de alguns anos se separou de Marinho. Mas o alcoolismo e os excessos fizeram com que no final dos 80, se recolhesse a um sítio em Visconde de Mauá e depois foi viver nos Estados Unidos com o marido americano, o guitarrista James Moss, que conheceu no Rock in Rio em 1985. Odile teve quando atriz o sobrenome Rodin, por ser comparada a uma escultura do célebre artista. Faleceu de câncer. Porque falo em Odile, que foi Rodin, Rubirosa, mas em principal Odile? Por ser um personagem e tanto, por seu requinte mesmo encarando urinar em um balde de gelo em uma célebre boite. Por ser do mundo e não careta. Por não ter que ver pessoas que clicam fotos com seus empregados uniformizados e tiram selfies em primeira classe de vôos. Poor world! A morte como um privilégio!

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Ranieri Rizza

Sou um jornalista apaixonado por cinema, assim como cultura em geral, comportamento, viagens e muitas outras coisas bacanas da vida. Quem me conhece sabe do olhar que tenho pelo novo sem deixar de lado a história que constrói o presente . Quem não ainda, convido para adentrar nesse mundo de ideias que valorizam a criação. Bem vindo ! Ranieri Rizza

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