Antonio Guerreiro (1947-2019) foi fotógrafo ícone com a paixão em retratar personalidades

Sempre fui um fascinado por fotografias e pelos que as fazem. Mesmo antes de me formar na universidade em jornalismo, eu descobria essa arte em revistas e os profissionais que as assinavam. O amor pelo cinema ainda me aproximava mais. Então, eu sabia que Antonio Guerreiro, que hoje faleceu aos 72 anos, era o cara que fazia fotos de musas como Sonia Braga (com quem foi casado de 1976 -1978) e Sandra Bréa (1981-1983). No meu imaginário, as fotos de divulgação de Sonia em “Eu te Amo“, do Arnaldo Jabor, de uma edição especial feita com ela em Paris em preto & branco, e de muitas outras musas(os). Tem Leila Diniz, a capa da polêmica entrevista dela para o Pasquim em 1969 (ela morreria em um acidente de avião na Índia em 1972, aos 27 anos) foi dele, Tonia Carreiro, Bruna Lombardi, Caetano Veloso, Gal, Bethânia, Fernanda Montenegro, Betty Faria, Dina Sfatt, Monique Evans provocante com Tarcísio Meira em campanha de lançamento de “Eu” (1986), do Walter Hugo Khouri, Xuxa. E tem Chico Buarque, Bethânia, Caetano, Gal, Rita Lee, Zezé Motta, Nélson Gonçalves…Capas e capas de discos. Os nús da Playboy, artísticos e não menos excitantes como a arte requer. Tinha socialites, como não. E sem existir silicone ou photoshop. Falamos do final dos anos 60 aos anos 2000 e suas primeiras duas décadas. Dizemos de um mundo cultural, e alternativos e de jet-setters, de um Rio de Janeiro – e de um mundo (e ele era um luso-espanhol-brasileiro) glamouroso. Se procurar falar de tudo, vale um livro. Minha profissão fez estar com fotógrafos incríveis e muitos contemporâneos de Guerreiro, que nunca conheci, mas sempre admirei.