Estrela indígena de “Roma”, Yalitza Aparicio Martínez quebra paradigma e é a capa da Vogue México, em janeiro

Capa:Santiago&Mauricio (divulgação Vogue México)
Não é apenas uma capa. É mais um dos aspectos retumbantes da repercussão de “Roma“, o filme de Alfonso Cuarón. Mas em outro post falarei dessa arrebatadora obra-prima, que merece uma seção especial. Como consequência desse sucesso, a Vogue México traz na primeira edição de 2019, um rompimento de paradigmas. A capa é talvez a primeira da publicação que tenha uma indígena e que não esteja inserida no quesito modelo ou atriz -personalidade dentro dos estabelecidos padrões de beleza. Falamos de Yalitza Aparicio Martínez, a protagonista Cleo, uma empregada doméstica em uma família no início dos anos 70 na Cidade do México. Aos 26 anos, Yalitza é uma integrante do povo mixteco (no filme existe uma tradução até para os espectadores mexicanos) e até esse primeiro trabalho como atriz era professora de pré-escola em Tlaxiaco, Oaxaca. Na foto de capa, Aparicio descansa em uma cadeira vintage, usando um vestido da coleção mais recente da Dior. Mas não teve mudanças no estilo original dela. A chamada é escrita no idioma mixteco e diz “In tiu’n ntav’i“, o que significa “Uma estrela nasce”.
Uma capa que entrará para a história é o que dizem os mexicanos. E Yalitza declarou que “certos estereótipos estão sendo quebrados, como o de que apenas pessoas com um determinado perfil possam ser atrizes ou estarem nas capas de revistas. Outros rostos agora estão sendo reconhecidos. É algo que me deixa muito feliz e orgulhosa das minhas raízes.” É o início e para ela com muitas premiações previstas. Uma pequena grande vitória na luta contra o preconceito no mundo.