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A Vingança como Iguaria no Cinema !

Cena de “Lua de Fel”

“A vingança é um prato que se come frio!” Por mais clichê que essa frase seja, convenhamos, ela é deliciosa. Melhor, essa pode ser uma iguaria indescritível em sabores e sentidos. Falemos na ficção, já que a intenção é termos o prazer de ver o troco por uma traição, um abandono ou uma tentativa de maldade cruel. Sim, o “lavar a alma”. Para isso, todo o absurdo será permitido no folhetim das nove da noite, quando a personagem principal é aprisionada em um hospício e em uma tentativa de fuga é atirada em um precipício em alto mar dentro de um caixão (não, não é mera coincidência. É um pastiche mesmo de ‘O Conde de Monte Cristo’ e ‘Kill Bill’). E ela vive e retorna com sede de… vingança. A palavra é em português mesmo e não a sua escrita em inglês e passada nos Hamptons, a fechada e chique praia novaiorquina. Em quatro temporadas, “Revenge” fez a festa desse que pode ser considerado um vil sentimento na luta de gato e rato entre Amanda Clarke/Emily Thorne (Emily VanCamp) e Victoria Grayson (Madeleine Stowe).

A série foi ao esgotamento mas sem deixar de ser viciante. Se é para se falar em trash, em 1983 foi exibida na Globo a minissérie australiana “Paraíso Maldito” (Return to Eden). Uma loucura de deixar humilhada a Glória Perez dos bons tempos. A trama era uma milionária que casa com um turista que a joga para os crocodilos. Do barco, ele junto com a amante fica assistindo ela ser devorada em meio a muito sangue. Ela sobrevive e fica um ‘pouco’ desfigurada. Com o nome fictício de Tara Wells, faz uma plástica, muda de rosto, fica mais alta, procura uma agente e diz “quero estar na capa da Vogue em seis meses”. Alguém dúvida do que aconteceu ? Não entra na lista dos cinco filmes que segue com o assunto como tema, mas é destaque pela maravilhosa breguice.

Lua de Fel (Bitter Moon, 1992), de Roman Polanski – A bailarina Mimi (Emmanuelle Seigner) sofre humilhações que chegam ao ápice do sadismo por parte do namorado Oscar (Peter Coyote), um escritor americano. A história é contada em dois tempos e tem o jogo perverso de sedução entre esses dois personagens e o casal vivido por Hugh Grant e Kristin Scott Thomas após o encontro em uma viagem de navio. Daí toda a narrativa de uma vingança sem vencedores. A trilha sonora é primorosa e conta com a participação de Fausto Fawcett e a sua “Kátia Flávia-Godiva de Irajá”. E a cena final da festa de réveillon é clássica. Puro Polanski !

A Noiva Estava de Preto (La mariée était en noir, 1967), de François Truffaut. A diva do cinema francês Jeanne Moreau (falecida este ano) é a noiva Julie que tem o noivo assassinado por engano na escadaria da igreja no dia do casamento. Ela resolve se vingar de cada um dos cinco homens envolvidos. O que acontece até a última cena.  Desempenhos memoráveis em mais essa obra do mestre da Nouvelle Vague. A música incidental de Bernard Hermann intensifica o suspense e e ressalta a característica hitchconiana da obra…Entenda-se que Hermann foi o autor de várias trilhas do mago Alfred Hitchcock, inclusive a da famosa cena do chuveiro de “Psicose”.

Kill Bill (Kill Bill, 2003 / 2004 ), de Quentin Tarantino. Feito como um filme e dividido em dois volumes, “Kill Bill” é sinônimo de vingança. Uma Thurman é a Noiva, que desperta de um coma disposta a matar o homem que lhe armou uma armadilha no dia em que ela casaria. Universo pop com muito kung-fu, entre outras artes marciais, e muito sangue e mortes, claro! Os alvos da vingança (a palavra aqui é muito repetida, mesmo) são interpretados por ícones pop do cinema. O que dizer de David Carradine – o eterno protagonista da série dos anos 70 “Kung-Full”-e Daryl Hannah, símbolo do cinema americano da década de 80, com direito a um disfarce de enfermeira e de tapa-olho. E entre os malvados a serem confrontados estão Luci Liu, Vivica A. Fox e Michael Marsden. Trilha sonora tarantinesca (os cineastas que viram adjetivo) com pérolas como “Don’t Let Me Be Misunderstood”, do Santa Esmeralda, e “Bang-Bang”, na voz de Nancy Sinatra. Objeto de culto!

Bastardos Inglórios (Inglourious Basterds, 2009), de Quentin Tarantino. Isso, repita Tarantino como um mantra. E como não vibrar com a vingança de um pelotão de soldados de origem judaica, durante a segunda Guerra Mundial, contra o exército nazista que ocupa a França. De tirar o folego, em todos os sentidos, entra na lista de um dos melhores filmes do diretor. Se não for para ver como uma aula de cinema, pode ser pelo elenco que tem nomes como Brad Pitt, Cristoph Waltz, Michael Fassbender, Diane Kruger, o próprio Tarantino e Eli Roth (que é co-diretor), entre muitos outros.

Oldboy (Oldboy,2003), de Chan-Wook Park. Esse exemplar revelou o cinema sul-coreano para o mundo. Se no texto em que apresento esse post cito o chavão de que “A vingança é um prato que se come frio”, o marketing desse filme foi de que “A vingança é um prato que se come quente, muito quente”. Isso, pela rapidez com que o protagonista sai em busca da vingança após se libertar de 15 anos de um sequestro e cativeiro. Grande Prêmio do Júri da Crítica  do Festival de Cannes foi baseado em um mangá homônimo. Muito violento é um filme recheado de méritos em sua técnica e trama. E é o segundo da trilogia da vingança de Chan-Wook Park, precedido por “Mr. Vingança”e seguido por “Lady Vingança”. Mesmo com uma carreira recheada de títulos, o seu marco é mesmo “Oldboy”. E fez o também festejado e ousado “A Criada”(2016). Em 2013, Spyke Lee fez a versão americana de “Oldboy”, mas vingança e o filme ficaram morninhos. Vale muito !

 

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Ranieri Rizza

Sou um jornalista apaixonado por cinema, assim como cultura em geral, comportamento, viagens e muitas outras coisas bacanas da vida. Quem me conhece sabe do olhar que tenho pelo novo sem deixar de lado a história que constrói o presente . Quem não ainda, convido para adentrar nesse mundo de ideias que valorizam a criação. Bem vindo ! Ranieri Rizza

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1 comentário General

1 Comment

  • Jones Machado
    dezembro 15, 2017 9:24 am

    Uau!!!

    Reply

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Sou um jornalista apaixonado por cinema, assim como cultura em geral, comportamento, viagens e muitas outras coisas bacanas da vida. Quem me conhece sabe do olhar que tenho pelo novo sem deixar de lado a história que constrói o presente . Quem não ainda, convido para adentrar nesse mundo de ideias que valorizam a criação. Bem vindo ! Ranieri Rizza