Música e Tela – Beth Ditto encarna Divine para a The Face

Nosso terceiro e último post, dessa sequencia Música e Tela, me emociona muito. É sobre a inglesa e incrível revista britânica “The Face“, que lançou em sua versão virtual a série “Superfan“, na qual destaques da música, moda e cinema, entre outro segmentos, que trazem a história de um ídolo, um ícone seu. Então, a emoção de que falo é porque o episódio inaugural traz a Beth Ditto, a poderosa vocalista da Gossip -e entendam que eu adoro a Ditto e a ousadia do seu grupo punk – gosto de defini-lo assim – que retornou e está em turnê. Mas o mais-mais é que Beth cultua Divine (1945-1988) como sua musa. É demais! Divine, a drag queen, cantora, atriz fetiche dos filmes de John Waters. Beth transforma-se em Divine e diz que antes do punk existir, Divine já era transgressora em sua arte e uma representante do movimento. E a caracterização ocorre com declarações de Ditto sobre a influência de Divine e ela cantando “You think you’re a man“, sucesso da superdrag. Beth conta quando assistiu “Pink Flamingos“(1972), de Waters, em VHS, e a marcante cena (que é tida como real) em que Divine come as fezes de um cão. No final do vídeo, Beth aparece em um longo vermelho e faz referência ao polêmico gesto.
O que também é muito bacana é o texto de apresentação, que diz que hoje tudo é “icônico”, como um sanduíche, uma viagem à L.A, o tempo. Mas o que realmente faz um ícone? Não é algo que é bom, saboroso, agradável. É algo ou alguém que merece o maior respeito, que é apropriado para as massas, que desafia o “status quo”. Um ícone é uma influência toda poderosa. Legal e esclarecedor.