Patty Duke e O Vale das Bonecas

A minha amiga Fernanda Hecktheuer foi quem me avisou que a atriz americana Patty Duke havia falecido aos 69 anos. Quem ? Para, péra, ooooooo…Patty Duke ? A Fer é uma garota e eu tenho “um pouco” mais do que a idade dela, mas o nosso culto á Patty Duke vem de que ambos somos aficionados pelo filme “O Vale das Bonecas” (Valley of the Dolls), produção de 1967 , dirigida por Mark Robson e baseado no best-seller de Jacqueline Susann. Patty fazia o trio de protagonistas completado por Barbara Parkins e Sharon Tate, a mulher de Roman Polansky que seria assassinada em 1969 pela seita satânica de Charles Manson. Com todos os elementos que movimentavam (?) o chamado “american way of life”, como revolução sexual, busca pelo poder e drogas, o filme era para a época um melodrama moderno. Renegado pela crítica especializada se tornaria “cult”, com o passar dos anos.
As “dolls” do título tem duplo sentido, já que a palavra era uma gíria para os barbitúricos e anfetaminas. Um componente essencial na história da atriz em ascensão Neely O´Hara, vivida por Duke, da linda coadjuvante Jennifer North, interpretada por Tate (o filme foi relançado após a sua brutal morte), e a modelo ingênua Anne Welles (Parkins), vinda do interior americano. Coloque aí desilusões amorosas, aborto e internações, nos cenários de Nova York e Hollywood, ao som de “Theme from Valley of the Dolls”, interpretada por Dionne Warwick. São muitas as cenas antológicas, como a que no banheiro, durante uma festa de premiação de cinema, o personagem de Duke arranca a peruca de sua rival, a veterana atriz Hellen Lawson (a inesquecível Susann Hayward).
Patty Duke tinha 20 anos quando fez esse filme. Vinha de uma carreira infantil de sucesso e havia sido vencedora, aos 16 anos, do Oscar de Melhor Atriz por “O Milagre de Anne Sullivan” (The Miracle Worker), de Arthur Penn, por sua atuação como a garota surda-muda Hellen Keller. Ela já havia interpretado o personagem real na peça da Broadway. Quanto ao “O Vale das Bonecas” teve em 1970 uma continuação “trash” -e imperdível- “De Volta ao Vale das Bonecas” (Beyound the Valley of the Dolls), de Russ Meyer. uma produção e elenco totalmente diferente do original. Mas isso é outro assunto…