Premiado filme moçambicano”Comboio de Sal e Açúcar” tem pré-estreia aberta ao público nessa segunda-feira, dia 4, seguido de debate com o diretor

O longa “Comboio de Sal e Açúcar” foi premiado, em Los Angeles, no 26ºPAFF – The Pan AfricanFilm&Arts Festival, em fevereiro de 2018 . O diretor Licínio Azevedo recebeu, com este filme, o seu terceiro prémio de Melhor Diretor de Ficção. Já havia recebido o mesmo prémio no 38º Festival Internacional de Cinema do Cairo e noFestival Africano de Khouribga no Marrocos. Além destes, já ganhou o Tanit de Ouro para Melhor Longa-Metragem de Ficção no Festival de Carthage, na Tunisia, onde também foi agraciado com o prêmio para Melhor Imagem, o Prêmio da Federação Internacional de Críticos de Cinema e o da Federação Africana de Críticos Cinematográficos. No Festival de Cinema de Johannesburg foi considerado o Melhor Filme e, na sua estreia internacional, no Festival de Locarno, um dos mais antigos e importantes do mundo, foi o grande vencedor do Prêmio da Crítica Independente italiana, o Boccalino d’Oro, na categoria de melhor produção, “por ser um filme que assinala a capacidade que o cinema africano tem de enamorar o grande público” (Ticino Today).
“Comboio de Sal e Açúcar” é baseado no livro homônimo do diretor. O filme se passa em Moçambique, em plena guerra civil, onde um trem, que liga Nampula (província do Norte de Moçambique junto ao oceano Indico) ao Malawi, atravessa uma perigosa zona de guerra. Esta viagem é a única esperança para centenas de pessoas dispostas a arriscar a própria vida numa viagem para garantir sua subsistência, indo trocar sal por açúcar no país vizinho. Trafegando por trechos da linha de trem completamente sabotados, a jovem enfermeira Rosa, que está a caminho de um hospital onde irá trabalhar, conhece o Tenente Taiar, que tem como missão conduzir todos a salvo. Uma história de amor em tempos de guerra a bordo de um comboio de mercadorias, que leva além de pessoas, sonhos.
Licínio Azevedo é cineasta e escritor, nascido em Porto Alegre, Brasil, mas vive há mais de 30 anos na África. Faz parte da geração formada no Instituto Nacional de Cinema de Moçambique após a independência do país, com a intervenção de diferentes professores, comoJean-Luc Godard, Ruy Guerra e Jean Rouch. No cinema alterna-se entre documentários e ficção. Um de seus livros, sobre a guerra civil, serviu de base para o primeiro longa de ficção no país, “Tempo de Leopardos”. Já realizou cerca de 40 filmes. Sua obra anterior, “Virgem Margarida”, foi selecionada em mais de 15 festivais internacionais e com mais de 10 prêmios recebidos. Imperdível.