Wagner Santisteban, o ator e também criador de moda com a sua “WHO”

“Ele cresceu!” Essa frase pode ser sempre definida para um ator que inicia a carreira na infância, por mais que ele tenha estado em evidência durante o processo de tempo até hoje. No caso de Wagner Santisteban, do garotinho que fascinava em comerciais, em novelas e seriados como “Sandy & Júnior” – marco de uma geração que hoje tem mais de 30 anos – talvez o termo correto seja “o tempo dele é agora!“. Quem acompanha os “stories” e “posts” do ator nas redes sociais, o vê mostrar fatos cotidianos, mas com uma irônica verve, digna dos inteligentes. Mas, Wagner, que está para gravar a série “O Homem do Baú“, para o Canal Fox, que ficou para o próximo ano, devido à pandemia de Covid 19, se descobriu também um empreendedor na marca de roupas e acessórios “WHO“, na qual faz parte da direção criativa e desenvolvimento de produtos. E ele próprio faz – muito bem – às vezes de modelo da “WHO”, como vemos na foto inicial e nas seguintes e em seus vídeos. É legal afirmar que as peças são conceituais e, em sua maioria, feitas à mão. Um dos segredos do sucesso das coleções e que tem gerado empregos nessa época de crise. Então, segue a nossa conversa com o inquieto e talentoso Wagner.
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RR – De onde surgiu essa ligação com moda e, no caso, com a WHO, que traz um conceito de comportamento de cultura de rua, urbano e cultural ?
Wagner – Eu sempre convivi com pessoas do meio da moda, a qual vejo como um modo de expressar arte, personalidade e ousadia. No início da quarentena, por ser inquieto e sempre querer produzir, eu entrei na WHO, na qual faço parte da direção criativa e desenvolvimento de produtos e junto com a técnica de uma equipe de pessoas especializadas no segmento. A proposta é fazer peças estilosas, urbanas, que primam pela qualidade e acessíveis. A maioria desses produtos é feito à mão, únicos, mesmo que exista uma grade de coleção. Tentamos transmitir mensagens positivas, de consciência, de como saber se colocar no mundo e não ter medo de ousar, de enxergar que somos todos diferentes mas iguais. O nome WHO pode ser definido como uma sigla para “Wonderful Humans Opportunities” ou como Who significa em português a palavra “Quem”, essa seria a tradução para o pensamento de poder ser todas as pessoas e a liberdade de aceitar e expressar esse sentimento.
RR – Essa multiplicidade já é um dom permitido a um ator. Como está esse momento – mesmo que sabendo que estacionado devido à pandemia – em sua carreira ?
Wagner – Desde o ano passado eu sabia que iria fazer a série “O Homem do Baú”, produzida pela Gullane Entretenimento (entenda-se os irmãos Fabiano e Caio Gullane, nomes marcantes na produção audiovisual brasileira), para a Fox e que é sobre a vida do Silvio Santos. Eu serei o Jassa, cabeleireiro e amigo do apresentador e empresário, e fiz a preparação em janeiro e fevereiro deste ano, mas veio a pandemia e as gravações ficaram para 2021. Em março, eu ainda fiz uma participação especial na novela “Éramos Seis”, na qual eu era amigo do personagem adulto, Alfredo, que vivi criança na versão de 1994, quando tinha 11 anos. Foi muito emocionante ter recebido esse convite. E agora estou escrevendo os roteiros de um filme e uma série.
RR– Você falou em “Éramos Seis’, um dos seus muitos êxitos em uma carreira iniciada muito cedo, já em comerciais para a televisão. Como é ter sido um ator mirim, ajuda ou atrapalha?
Wagner – Ser um ator desde criança é bom e ruim em alguns aspectos. É muito positivo no sentido de você aprender, adquirir experiência e disciplina, mas tem que saber lidar com os altos e baixos da carreira. Eu amo minha profissão e vejo como um privilégio ter convivido – e estar no presente – sempre com pessoas muito legais e de grande talento. Cresci, falando de modo literal, dentro do trabalho. A persistência e a compreensão são essenciais para o artista e sucesso é um elemento que vai além de estar na mídia. Sou fascinado por desafios e viver experiências diferentes na minha profissão. E poder ter uma resposta positiva do público e sonhar, não parar de sonhar. Querer sempre fazer o novo. Por mais que tenha feito, se sentir zerado a cada trabalho.