A “destemida” Isabelle Huppert em capa e ensaio da britânica Puss Puss
Com a declaração de que “há poucas atrizes vivas mais formidáveis, celebradas ou profundamente francesas do que Isabelle Huppert”, a revista britânica Puss Puss inicia a reportagem titulada “Fearless” (Destemida) que marca a sua nona edição e que, além de Huppert, disponibiliza a opção de oito outras capas e matérias. Passo para a primeira pessoa e digo da minha admiração suprema por Isabelle, desde que há vi por poucos minutos em “Corações Loucos” (Les Valselses, 1974), libertária obra de Bertrand Blier, permitida no Brasil só à partir da década de 80. Foi marcante na minha adolescência e confirma as primeiras atuações da atriz, que o texto escrito para a publicação por T. Cole Rachel acerta em cheio ao dizer ao dizer que em seus 48 anos de carreira, tanto no cinema como no teatro, não deixou de “devorar”nenhum papel.
E, diga-se, personagens complicados, ousados e feitos com um destemor quase patológico. Podemos citar entre seus muitos trabalhos viscerais, “A Professora de Piano” (La Pianiste, 2001), de Michael Haneke; “Um Assunto de Mulheres“, (Une Affaire de Femmes, 1988), de Claude Chabrol, “Elle” (2016), de Paul Verhoeven, e “Frankie” (2019), de Ira Sachs – a estrear no Brasil. Quando feita a entrevista, ela recém havia voltado para Paris após uma temporada teatral de meses em Nova Iorque com “The Mother“, de Florian Zeller. E nesse próximo final de semana, Mme Huppert estará em Portugal com o monólogo Mary said what she said, escrito por Darryl Pinckney e com direção do mestre Bob Wilson, durante o Festival de Almada, em Belém. Mas o grande lance é o ensaio fotografado por Jody Rogac, e no qual ela usa Saint Laurent por Anthony Vaccarello, que acompanha o inteligente texto. Cerebral, icônica e fashion, no melhor sentido dessa expressão.



