O post que não era para Isabelle Huppert !

Esse texto não era destinado a falar sobre Isabelle Huppert. Claro que a magnânima atriz francesa sempre é um tema que enobrece, mas havia passado o tempo de falar sobre o último filme que protagonizou ,”Elle”, da época em que estreou no final do ano passado. A atriz em questão agora seria Natalie Portman e já chamando para o seu desempenho em “Jackie” – o filme do chileno Pablo Larrain sobre a ex-primeira dama americana Jacqueline Onassis. Claro que tanto Portman e Larrain em breve estarão aqui. Ela é uma das favoritas para o Oscar e Larrain se torna um dos melhores diretores da atualidade, já comprovou isso em filmes feitos em seu país natal, como “Tony Manero”, “No”, “El Club”. E nos EUA ainda recentemente dirigiu “Neruda”.
Mas não vamos fugir de Huppert, a vencedora do Golden Globe no último domingo por “Elle”, de Paul Verhoeven. A francesa que ganhou entre muitas favoritas americanas. O Golden Globe é feito pela crítica internacional, mas mesmo assim foi motivo de espanto, de uma feliz surpresa. Pode se falar em queda de fronteiras no mundo do cinema. Porém prevalece o talento dessa dama da arte de interpretar em uma carreira de mais de 40 anos. Isabelle Huppert é sinônimo de atriz, de entrega na profissão. A primeira vez que a vi na tela foi como a menina que viaja pelo interior da França e resolve perder a virgindade com os aventureiros interpretados por Patrick Dewaere e Gérard Depardieu no libertário “Corações Loucos” (Les Valseuses), dirigido por Bertand Blier em 1974. O filme virou um ícone da época.
Quanto a Isabelle só aprimorou a sua arte. Deixou de ser uma “candy face” para ser bicho dos palcos e tela. E assim foi com a protagonista de “Elle”e outros títulos não menos polêmicos, como “Mulheres Diabólicas”, de Claude Chabrol, “Um Assunto de Mulheres”, também do mestre Chabrol, e “A Professora de Piano” , de Michael Haneke, entre muitos outros. Huppert esteve no Brasil já seis vezes e em Porto Alegre em 2009, em uma montagem de “Quartett”, de Heiner Müller.