Teatro/dança
Após se apresentar no Reino Unido, espetáculo gaúcho “BITCH” estreia para curta temporada em São Paulo
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BITCH, solo de dança da Cia. OUTRO Dances, estreia temporada em São Paulo nos dias 4, 5, 6 e 7 de setembro, de quinta a sábado, às 20h, e domingo às 19h, no Ágora Teatro (Rua Rui Barbosa, 664, Bela Vista). O espetáculo convida o público a mergulhar em uma experiência sensorial, política e poética, que cruza os limites entre corpo, animalidade e linguagem. BITCH é um solo de dança que celebra a potência de transição entre o corpo-mulher e o corpo-animal. É uma entidade mulher-canina, uma manobra queer-antropofágica que busca inverter os sentidos da palavra cadela, termo que historicamente foi usado para ofender mulheres. Além disso, a performance reapropria o símbolo da bandeira do Brasil — elemento que é devorado e resignificado no palco — em um gesto que questiona: que bandeira, afinal, estamos carregando como mulheres, hoje? Com direção de Alexandra Dias e interpretação de Maria Falkembach, o espetáculo é uma criação da Cia. OUTRO Dances, grupo gaúcho que tem se destacado pela abordagem ousada e interdisciplinar nas artes da cena. Ao trazer a performance para São Paulo, BITCH amplia o alcance de sua mensagem política e poética. “Me interessa a possibilidade de um corpo que devora e se deixa devorar, um corpo entre o bicho e a mulher, que questiona tanto a linguagem quanto as formas de estar no mundo”, afirma Falkembach.
Foto-Josiane Franken Este solo marca o desenvolvimento da poética de movimento de Alexandra Dias, que explora um corpo esburacado, cheio de espaço e ávido por relações. Traz à cena um corpo aberto à incorporação do outro por meio da animação de seus buracos como espaços de entrada e saída, visa tirar da boca e, portanto, da palavra, o lugar de protagonista do enunciado antropófago. A peça nasce do processo de doutoramento de Alexandra Dias, que desenvolveu a ideia de um corpo-esburacado — um corpo aberto à entrada do outro, onde cada buraco é também uma boca. A criação da entidade mulher-canina é fruto de uma pesquisa que dialoga com cosmologias indígenas e com pensadores como Grada Kilomba, Jota Mombaça e Denilson Baniwa. A obra, inicialmente dançada pela própria Alexandra, ganha nova dimensão ao ser transmitida para Maria Falkembach, num gesto de devoração artística que propõe uma autoria compartilhada, ou como diz o grupo, uma “outroria”. Maria Falkembach, artista premiada e professora do Curso de Dança da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), incorpora e atualiza a performance com sua própria poética de corpo, marcada pela noção de “entre” — entre mulher e bicho, entre linguagem e silêncio, entre o símbolo e a carne. Em cena, ela protagoniza também a devoração da bandeira do Brasil, em uma performance que desafia tanto os sentidos atribuídos à pátria quanto ao corpo feminino.
Foto::Iara Tonidandel Histórico, trajetória e expansão BITCH integra a Trilogia Antropofágica da OUTRO Dances, ao lado das obras CÃES e ANIMAL NOTURNO. A trilogia estreou em Pelotas-RS e já passou por palcos de destaque como o Porto Alegre em Cena e o Dança no Oficina (Ieacen/Sesc). Em 2024, o solo também cruzou fronteiras, sendo apresentado no Global Academy of Liberal Arts Conference (GALA), em Bath, Reino Unido. A proposta do grupo é nítida: fazer da dança uma linguagem radical de experimentação e reposicionamento político do corpo.
FICHA TÉCNICA
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SERVIÇOEspetáculo “BITCH” – solo de dança com Maria Falkembach Classificação etária: 16 anos |
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