Cinema/Personalidade
Em serie premiada em N.Y e longas em produção, Felipe Kannenberg vive grande momento e se prepara para sua estreia como diretor em longa sobre seu avô alemão

Felipe Kannenberg é um ator que está em uma fase plena da carreira! Talvez esse fosse um título que sintetizasse a proposta de informação desse texto. Mas para falarmos de Felipe, que dos seus 52 anos de idade têm 35 anos dedicados à atuação, temos que fazer uma compilação de diversos aspectos que podem significar essa ‘exitosa época”…Talvez aqui tenha uma boa dose de ironia, pois para quem faz arte a vida não é da maneira fácil como o grande público muitas vezes imagina. Quem dera fosse! Mas existem resultados sazonais de quem tem a verdadeira dedicação e compreensão profissional. E nisso entramos nesse momento que Kannenberg traz. Há algumas semanas, a minissérie “O Som e a Sílaba“, dirigida pelo Miguel Falabella e disponível no streaming Disney+, foi premiada com o Golden Tower Award, no New York Festival, na categoria Streaming Social Justice. A atração tem um grande elenco, como Alessandra Maestrini, Mirna Rubim, Maria Padilha, Juliana Didone , entre outros nomes que brilham ao lado de Kannenberg, que interpreta o americano Bruce Procter. A trama é sobre uma jovem autista (Maestrini) que estuda para ser uma cantora soprano de ópera. Recentemente, ele também filmou em Porto Alegre o longa-metragem “Amadores“, do gaúcho, radicado em Nova Iorque, Renato Falcão. Nessa onda de boas novidades lançou na Casa das Artes de NH, o curta-metragem “Presente“, dirigido por ele e Leonardo Peixoto, e agora está no processo de captação daquele que talvez seja a sua maior empreitada na carreira (até depois dessa ser concluída): o projeto de longa-metragem “Pommer / Mein Opa“, no qual será diretor e protagonista – o personagem do seu avô materno, o pastor Wilhelm Pommer, da Igreja Luterana, que foi preso na Era Vargas por falar a língua alemã – o que havia sido proibido – durante as missas. Ele foi para o presídio de Charqueadas. O filme deve ter sequencias rodadas onde foram campos de Concentração na Alemanha, já que Pommer foi um lutador contra o nazismo e sua cruel ditadura de segregação.
Com o diretor, Miguel Falabella, e parte do elenco de “O Som e a Sílaba” e em cena da serie premiada em N.Y
Existem contrapontos na história que traz elementos de ficção na realidade que predomina na película. Como o porquê de Pommer, um homem que tinha um amor pelo próximo, chegar a ser definido como um nazista. Talvez por estar naquela sociedade definida como cruel e – em principal – no período entre as duas guerras mundiais. “O resgate histórico não será pautado em 100 por cento, mas sim inspirado. O compromisso com a verdade acontece como discurso, mas não em exatidão como os fatos se deram. Liberdade artística, inclusive com personagens fictícios”, relata ele, que seguirá o exemplo de obras primas como “A Lista de Schindler” (Schindler’s List, 1993), de Steven Spielberg (que relata um capítulo de amor ao próximo que salvou a vida de mais de mil judeus no Holocausto); e “1917” (1917, 2019), de Sam Mendes, que se baseia em relatos feitos pelo avô, Alfred Mendes, sobre a participação do próprio na Primeira Guerra Mundial.
“Pommer / Mein Opa” tem garantido no elenco, além de Felipe no papel do seu avô, os atores Camila Morgado (com quem atuou em Olga, de Jayme Monjardim), Charles Paraventi, César Mello e Thogun. Muitos nomes também renomados estão cotados para estar na obra que deve ser rodada no próximo ano na região de Novo Hamburgo, no RS. Felipe nasceu na capital gaúcha, viveu em diversas capitais do país e no Exterior e há algum tempo, após a morte da mãe, retornou para a cidade do Vale dos Sinos. Lá é sua base no momento mas se mantém em constante movimento devido à sua arte!
Sobre Felipe Kannenberg
Felipe Kannenberg nasceu em 16 de dezembro de 1972 em Porto Alegre. De origem alemã, estudou Artes Cênicas, na Universidade de Brasília (UNB) e Introdução ao Método do Atorm na CPT– Centro de Pesquisa Teatral do Sesc, com Antunes Filho. Ainda participou da Oficina de Atores da Rede Globo. Foi integrante do grupo Beton- Cia de Dança Contemporânea– de 1994 a 1996.
Sua carreira é extensa. No cinema atuou em obras como “Gaijin“, de Tizuka Yamazaki, “400 contra 1 – Uma História do Crime Organizado“, de Caco Souza, “Bio” e “Menos que Nada“, ambos de Carlos Gerbase, “Doutor Gama“, de Jefferson De, “A Mulher Invisível“, de Cláudio Torres, “Polaroides Urbanas“, de Miguel Falabella, “A Paixão de Jacobina“, de Fabio Barreto, “Canção de Baal” , de Helena Ignez, entre muitos outros.
Na televisão já esteve em obras como “Mad Maria” , de Benedito Ruy Barbosa, “Aquarela do Brasil“, de Jayme Monjardim, “Mandrake“, de José Henrique Fonseca, “Desalma“, de Carlos Manga Jr., “A Cura“, direção de Ricardo Waddington, entre outros trabalhos.

Felipe em “Olga”

Camila Morgado (aqui como Olga Benário na obra de Monjardim) está no projeto a ser dirigido por Kannenberg

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