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Artes Plásticas

Sílvia Brum sem Rupturas entre Arte e Vida

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Fotos: Lisa Roos e Silvia Brum
Para a artista plástica Sílvia Brum, as coincidências entre as palavras ARTE e VIDA não se detêm em ambas serem substantivos femininos e compostas por quatro letras,  além de todas as características primordiais que trazem com elas. Os termos são indissociáveis em sua trajetória desde a infância. Afinal, o que dizer da responsável pelas mais de duas dezenas de obras que compõem a sua individual PERSONA, que é motivo de elogios supremos de grandes conhecedores do meio, assim como do público em geral que diariamente visita a mostra que inaugura o Museu de Arte do Paço (MAPA), anexado ao prédio da Prefeitura de Porto Alegre. O aprendizado do balé, que hoje Sílvia exercita como maneira de descontrair e manter a forma, iniciou quando ainda era criança e se manteve praticado até hoje. Essa cultura da dança talvez tenha sido a abertura para as aptidões que ela viria a desenvolver. Sempre gostou de desenhar, assim como criar modelos de roupas e costurar. As técnicas foram aprimoradas. Ela faz peças incríveis para seu uso pessoal, cuidando dos pequenos detalhes e qualidade. A roupa que usou no dia da abertura da exposição foi toda de sua autoria – inclusive a flor no pescoço. Puro estilo !
Ao fazer vestibular não teve dúvida em escolher Arquitetura e Urbanismo na UniRitter. “Me tornar pintora foi um processo gradual. Eu trabalhava como arquiteta urbanista e tinha como hobby o desenho e posteriormente a pintura. O espaço dessa última foi crescendo em minha vida, quando comecei a pintar retratos por encomenda, na década de 90. Chegou um momento em que tive que escolher e decidi a arte como profissão“, afirma Sílvia. “Sempre tive um perfil de pessoa autodidata, super organizada em meus estudos e pesquisas. Faço isso desde criança e sigo pesquisando e aprimorando meu trabalho, pois a parte da busca é muito estimulante para mim. É nessa etapa do processo que a ideia abstrata, proveniente da fagulha criativa, toma corpo e se torna mais concreta“, completa.
Mas quando falamos na associação arte/vida não tem como não dizer que Sílvia Brum é casada com o  médico cirurgião plástico (especializado em intervenções reparadoras) Paulo Favalli e também um talentoso… ESCULTOR. “Fomos apresentados por amigos em comum e a concordância da arte colaborou total nesse fortíssimo elo que nos une. Embora nossas áreas artísticas sejam diferentes, compartilhamos e participamos intensamente do trabalho um do outro, em todas as etapas. Discutimos conceitos, fazemos críticas e até tivemos algumas obras de produção conjunta. ” Em 2005, o ofício de médico de Paulo fez com que o casal fosse para a França, viver em Paris. Nesse período, ela estudou fotografia, interessando-se especialmente pelos detalhes revelados através do zoom de sua lente. A partir destas referências, suas telas crescem em escala e passam a incorporar essas novas informações, ganhando contornos hiper-realistas. Atualmente dedica-se à pintura autoral, tendo a figura feminina como elemento central. Embora represente a figura humana de forma realista, seu objetivo não é criar uma obra de exatidão fotográfica, mas utilizar-se do realismo como ferramenta para dar vida aos seus personagens, especialmente aos olhos, que são o ponto focal de suas telas.
A inspiração pra mim, vem de forma natural, mas não linear e constante. As vezes vejo algum elemento, fato, ou até mesmo cor que me inspira e aquilo se torna o despertar  criativo para um novo projeto. Nem sempre essa inspiração é forte. As vezes se esvai no meio do processo, o que é frustrante e acabo por abandoná-lo. Outras vezes é tão intensa, que não consigo pensar em outra coisa. Nos últimos tempos, lidar com a inspiração e mantê-la ativa em um projeto, tornou-se o ponto chave, já que minhas última peças precisam de, pelo menos, um semestre para serem concluídas. No fim, o mais desafiador de tudo, é manter a inspiração ativa até o termino da obra, pois sem ela, o trabalho pode até ser concluído, mas não terá vida“, define nossa artista, que teve anexado à sua casa um outro espaço para terem dois estúdios, já que os trabalhos dele são esculturas de grande porte, assim como as permissões para diferenças de horários e os silêncios para o criar. E nesse lar onde ARTE não causa estranheza, estão inseridos os dois gatos da família (Wazzy e Bowie) e o filho do casal, Dante, de 15 anos. “Meu filho cresce em um ambiente cercado de arte, onde nela se fala e é disponibilizada em suas diversas expressões. Ele é muito talentoso, desenha muito melhor do que eu ou meu marido na idade dele. A figura humana que ele desenha tem uma anatomia impressionante! Me vejo muito nele, no seu processo criativo, pois Dante também gosta de pesquisar para desenvolver sua técnica. Mas não sei se seguirá o caminho da arte. Ele tem muitos outros interesses também e terá liberdade pra escolher o próprio caminho.” Alguém, por acaso, não ficou com vontade de conferir todas as verves de Sílvia Brum em “PERSONA“?

SOBRE “PERSONA”

A percepção das obras é marcada pela lentidão do tempo e do olhar investigativo que percorre a imagem para que ousemos desvelar o segredo das pinturas a óleo de Sílvia Brum. A artista apresenta a exposição Persona, com curadoria de Ana Zavadil, a primeira do recém criado Museu de Arte do Paço – MAPA (Praça Montevideo, 10 – Centro Histórico), onde era parte da sede da prefeitura de Porto Alegre. A mostra está disponível para visitação até 21 de fevereiro de 2025, de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h.

Em Persona, Sílvia traz o hiper-realismo e faz questionar sobre a potência da imagem. As pinturas são criadas com detalhamentos, incluindo luz, sombra e texturas – tão convincentes que parecem reais, assemelhando-se a fotografias. Segundo Ana Zavadil, elas são elaboradas para representar mulheres de distintas regiões do mundo, com o intuito de enaltecê-las, dando-lhes poder e dignidade. “As personas de Sílvia Brum são ilusionistas, visto que o real se mistura ao imaginário, trazendo o espaço-tempo da obra para o espaço-tempo do observador, em que os limites entre o real e o ficcional falam de ausência e de presença na construção de sentido da obra”, explica a curadora.

A potencialidade da imagem criada resulta em uma pintura de muita qualidade visual e técnica, uma vez que um pincel muito pequeno é usado até gastar as cerdas sobre a pasta de modelar, essencial para as texturas.  São camadas construídas lentamente que exibem rostos perfeitos quebrados, rachaduras que exibem lacunas e alegorias escolhidas para representar o mundo de onde saem essas mulheres-personagens. “A exposição traz pinturas que abordam aspectos emocionais e sociais do universo feminino, em que os olhos, ponto importante da pintura e onde há uma dedicação extrema de riqueza e detalhes, olha-nos de volta. Os rostos que pinto são criados por mim, mas representam a realidade de muitas mulheres”, afirma Sílvia.

SERVIÇO

Exposição “Persona”

Visitação: De 18 de dezembro a 21 de fevereiro de 2025

Horário: De segunda a sexta-feira, das 9h às 17h

Local: Museu de Arte do Paço – MAPA (Praça Montevideo, 10 – Centro Histórico) – Porto Alegre

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Artes Plásticas

Celebração em noite das obras de Decio Bevilacqua e Cleci Serpa na Gravura Galeria de Arte

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Decio Bevilacqua e Rejane Hirtz Trein – Crédito LisaRoos

A artista Cleci Serpa e a Curadora Ana Zavadil – Crédito LisaRoos

O nível dos artistas e de suas obras não poderiam ter ocasionado efeito diferente, a Gravura Galeria de Arte reuniu um grande número de convidados na abertura na mesma noite das exposições  “ALHURES, em outro lugar…”, do artista Decio Bevilacqua, e “Fragmentos de cidades, pinceladas de mundo”, da artista Cleci A. Serpa Apreciadores da arte, colecionadores e nomes da cena cultural porto-alegrense ficaram em um clima de celebração e sensibilidade perante as obras.

A ambientação das salas – cuidadosamente preparada pelas curadoras Rejane Hirtz Trein e Ana Zavadil – encantou os visitantes, que puderam mergulhar nas temáticas de identidade, memória, geografia e diversidade cultural. Bevilacqua apresentou um recorte poético e arquitetônico das etnias ao redor do mundo, enquanto Serpa trouxe à tona paisagens urbanas reinventadas em cores e formas que tocam a alma.

Regina Galbinski Teitelbaum e Cláudio Franco – crédito LisaRoos

O evento contou com a presença dos artistas e de Regina Galbinski Teitelbaum – proprietária da galeria – que recepcionaram os presentes.  As exposições seguem abertas ao público até o dia 5 de julho, com entrada franca, na Gravura Galeria de Arte (Rua Coronel Corte Real, 47), de segunda à sexta-feira, das 09h30 às 18h30, e aos sábados das 09h30 às 13h30 – e as obras podem ser adquiridas no local.

Marcelo Zanini –  Crédito LisaRoos

Vitoria Thielly – Crédito LisaRoos

Marcelo Spolaor e Tereza-Albano-Credito LisaRoos

 

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Artes Plásticas

Técnicas contemporâneas e antigas da fotografia são elementos na exposição “Das Naturezas Possíveis: a arte de Andréa Brächer” na 14ª Bienal do Mercosul

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Andréa Brächer e suas obras – Foto: Andréia Graiz

Notável pela dedicação à observação detalhada da natureza, onde são reveladas nuances que muitas vezes passam despercebidas aos olhos, a artista Andréa Brächer apresenta a exposição “Das Naturezas Possíveis”, que será inaugurada no seu ateliê nesse dia 12 de abril, das 11h às 14h, como parte do projeto Portas para Arte organizado pela Fundação Bienal do Mercosul. A mostra, com curadoria de Nei Vargas, reúne uma seleção de obras inéditas da artista, explorando sua trajetória no campo da fotografia, com registros que convidam o público a uma nova forma de integração ao meio ambiente. “Com uma sólida formação na área, utilizo diversas tecnologias e métodos fotográficos, misturando técnicas contemporâneas e antigas. Ao sobrepor processos e estratégias de diferentes períodos, tanto na captura quanto na impressão das minhas imagens, busco criar uma obra que se caracteriza pela inovação e respeito pela tradição da fotografia”, declara Andréa

Das Naturezas Possíveis” é dividida em dois núcleos temáticos. O primeiro se dedica ao registro de folhas e flocos de neve, utilizando ampliação e impressão em cianotipia, conferindo um caráter científico aos elementos da natureza. O segundo núcleo explora diferentes formas desses ambientes, abordando tanto o natural quanto o artificial. A mostra ficará aberta para visitação até o dia 31 de maio. Além da exposição, haverá uma conversa especial entre a artista e o curador, no dia 26 de abril, às 11h, em um encontro que promete aprofundar a discussão sobre os processos criativos e conceituais da artista.

Serviço: Exposição “Das Naturezas Possíveis”, de Andréa Brächer e curadoria de Nei Vargas

Abertura: 12 de abril, das 11h às 14h

Visitação: até 31 de maio, de terça a sábado, das 10h às 18h

Local: Ateliê de Andréa Brächer (Rua 24 de Outubro, 1681, sala 909)

Conversa com a artista e curador: 26 de abril, às 11h

Informações: 51.985312239 c/ Letícia.

Produção: Babilônica Arte

Andréa Brächer

Natural de Porto Alegre, Andréa Brächer é artista desde o fim dos anos 90. Suas exposições individuais mais destacadas ocorreram na CAIXA Cultural SP, nos museus MARGS, MARCO e MAB.  Foi indicada três vezes ao Prêmio Açorianos de Artes Plásticas, premiada para o Salão de Arte Latino-americana do Museu de Arte de Santa Maria, no 23° Salão de Artes Plásticas da Câmara Municipal de Porto Alegre (2022) e para o Prêmio Porto Seguro de Fotografia (2004) e selecionada para o 51º Salão de Arte Contemporânea Luiz Sacilotto, Santo André/SP. Tem seus trabalhos publicados sobre fotografia histórica/alternativa no Brasil e no exterior. Suas obras integram acervos públicos e coleções privadas. Sua proposta de base fotográfica busca refletir sobre o universo onírico, por vezes, fantasmático, de fabulações, invenções e de sonhos. No doutorado, Andréa desenvolveu uma produção voltada para o universo infantil a partir da leitura de contos de fadas e de horror, assim como da história da fotografia. Nas últimas produções as florestas ganham destaque e assumem o protagonismo. Atualmente, é docente no Instituto de Artes/UFRGS. Concluiu o PhD em Poéticas Visuais no PPGAV do Instituto de Artes da UFRGS em 2009. Também é fundadora e coordenadora do Grupo Lumen – de Estudos em Processos Fotográficos Históricos e Alternativos – UFRGS.

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Artes Plásticas

Obras de nomes gaúchos de repercussão mundial poderão ser conferidas em Caxias do Sul na mostra “Arte Glocal: entre o global e o local”

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É uma oportunidade incrível de ser possível conhecer trabalhos únicos de artistas gaúchos, reconhecidos na cultura mundial. Uma parte expressiva da pinacoteca de José Antonio e Hieldis Martins estará aberta ao público à partir dessa sexta-feira, 04 de abril, até o dia 02 de maio, na Galeria Municipal de Arte Gerd Bornheim. A mostra titulada “Arte Glocal: entre o global e o local ” tem curadoria de Jacks Ricardo Selistre,  professor da Rede Municipal de Ensino e Doutor em História, Teoria e Crítica de Arte (UFRGS) .
Entre as obras que estarão disponíveis para ser apreciadas, as de mestres como Ado Malagoli, Bea Balen Susin, Britto Velho, Bruno Segalla, Carlos Scliar, Danúbio Gonçalves, Diana Domingues, Eduardo Vieira da Cunha, Fernando Baril, Iberê Camargo, Ilsa Monteiro, Maria Lídia Magliani, Maria Tomaselli, Mario Röhnelt, Milton Kurtz, Plínio Bernhardt, Rafael Dambros, Regina Silveira, Sergio Lopes, Tere Finger e Vasco Prado. Vamos convir que é maravilhoso demais!  A exposição é promovida pela Prefeitura de Caxias do Sul – Secretaria da Cultura / Unidade de Artes Visuais e conta com apoio incondicional da CONFRARTES. É de grande importância ressaltar que a mostra terá visitação guiada de estudantes de escolas públicas e particulares. Arte salva!

Serviço:

Arte Glocal: entre o global e o local”

Abertura para convidados – 03 de abril, às 19h

Período de visitação: 04 de abril a 02 de maio de 2025

Horário: de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, e aos sábados, das 10h às 16h 

Local: Galeria Municipal de Arte Gerd Bornheim, Casa da Cultura, Rua Doutor Montaury, 1333, Caxias do Sul

Entrada gratuita

Classificação Livre

 

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